sábado, 27 de outubro de 2012

Marvel NOW! Point One, meus problemas com Nick Fury Jr. e a necessidade das HQs copiarem o cinema

Por Judão
Quem lê as notícias sobre quadrinhos aqui no JUDÃO já sabe: agora em outubro, a Casa das Ideias está iniciando um grande relaunch nos EUA, chamado Marvel NOW!. Alguns títulos, inclusive, já está sendo publicados. Porém, há alguns outros que ainda vão estrear e que, mesmo sem ter necessariamente personagens de sucesso, a Marvel aposta muito. Por isso, na última semana a editora lançou o especial Marvel NOW! Point One (Marvel Comics, 51 páginas, US$ 3,99), que costura ao redor de uma HQ da S.H.I.E.L.D. teasers do que virá com Guardiões da Galáxia, Jovens Vingadores, Fundação Futuro, Vingadores Secretos e Cable & X-Force.
Como disse, o que costura tudo é uma HQ da S.H.I.E.L.D. escrita por Nick Spencer e desenhada pelo brasileiro Luke Ross. Na história, um misterioso homem começa a ganhar muito dinheiro da Bolsa e é capturado pela agência. Aos oficiais, ele diz que é do futuro e que quer conversar com Nick Fury.
O Nick Fury não é mais aquele clássico personagem que surgiu em uma HQ de guerra da antiga Marvel. Trata-se do outrora conhecido como Sargento Marcus Johnson, que surgiu durante a minissérie Battle Scars (na qual perdeu um olho), é filho do Fury original e é a cara do Samuel L. Jackson. No final dessa mesma saga, o Fury pai se aposenta e o filho assume o nome de batismo, Nick Fury Jr, se juntando à S.H.I.E.L.D.

Ou seja, enfiaram uma forma de colocar o Nick Fury Ultimate E o dos cinemas no Universo Marvel 616. Agora, essa nova versão é, simplesmente, O Nick Fury. Neste gibi, ninguém cita o “Júnior”, nem nada. É estranho, para não dizer o mínimo. Algo forçado para atrair novos leitores e que tenho dúvidas se realmente funciona.
Claro, a história não é fraca por conta de um personagem que surgiu em outra minissérie há alguns meses e prefere ficar andando de tapa-olho igual ao do pai, ao invés de fazer uma operação. A história é fraca por escolher esse chavão de “homem do futuro que vem alertar sobre os tempos sombrios que vêm por aí”.
Jura, gente?
Pelo menos o final da história entrega que há algo a mais nesse plot. Ainda bem…
Além da HQ principal, o gibi é preenchido por pequenas histórias dos títulos já citados, inclusive com as equipes criativas que assumirão os heróis. Já deu para sentir que o dos Guardiões da Galáxia, com foco inicial do passado do Star-Lord, tem tudo para ser interessante (principalmente por envolver o Brian Bendis e o Steve McNiven). O do Nova, escrito pelo Jeph Loeb, tá bem no nível… Jeph Loeb. E isso não é, sempre, um elogio. Pelo menos é, aparentemente , divertido.
No trecho dedicado aos Jovens Vingadores, temos nada menos que Miss America (LINDA na arte de Jamie McKelvie e Mike Notorn) e a “reencarnação jovem” do Loki após O Cerco. Não parece ser interessante, até porque o Loki já coloca um certo personagem como o “o próximo Feiticeira Escarlate”. Tal conceito, se for usado pelo roteirista errado, pode ser desastroso…
Quem chama a atenção positivamente é a Fundação Futuro. No caso, a pequena história do Homem-Fomiga (Scott Lang) escrita pelo Matt Fraction e desenhada pelo Michael Allred. Em poucas páginas Fraction consegue ser nostálgico, trágico, dramático e humorístico. Sério, a HQ tem tudo isso e é recheada ainda por uma forte carga emotiva. Isso é Quarteto Fantástico. Isso é Fundação Futuro, do qual Scott fará parte agora. Se Fraction conseguir manter esse nível nos dois títulos que comanda no Marvel NOW!, coisa boa vem por aí.

FF: essa promete ser boa
A última HQ inserida nas páginas deste especial é com o clássico mutante Forge, aquele que o poder é consertar coisas. Escrita pelo Dennis Hopeless, não é grande coisa… Bom, pode ser que renda algo ver o Cable sem o vírus tecnorgânico e com aquele braço de menininha nas HQs da X-Force…
No final, a história da S.H.I.E.L.D. termina com um gancho para o surgimento da nova versão dos Vingadores Secretos. “É hora de conversar sobre a Iniciativa Vingadores”, diz a Maria Hill ao Fury Jr. Iniciativa Vingadores? Igual ao dos cinemas? Que foi criado com base no conceito da Iniciativa dos 50 Estados, que veio dos quadrinhos? REALLY?
É, no final das contas pode ser que algo de interessante realmente apareça entre as revistas menores. Afinal, um relaunch precisa de surpresa. Marvel NOW! não vai se aguentar apenas com os títulos principais…
A Marvel só precisa parar com essa ideia de deixar HQs e o Universo Marvel dos cinemas tão parecidos. Se continuar assim, não duvido nada que aquela história de reboot volte a aparecer…

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