quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Com TV digital, universidades apostam em cursos de animação

Por Terra


Com a popularização da televisão digital no Brasil, várias possibilidades surgem para quem quer trabalhar com animação, interatividade e recursos digitais. Iniciativas como o AnimaTV, projeto realizado com incentivo do Ministério da Cultura que exibia animações brasileiras no canal Brasil, e festivais como o Anima Mundi impulsionaram o desenvolvimento da animação brasileira. Para que tem interesse em trabalhar nesta área, algumas universidades oferecem cursos específicos para formar profissionais preparados para este mercado em expansão.
Diversas instituições de ensino oferecem graduação em cinema, como a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mas em se tratando do segmento animação, o ideal é procurar um curso específico, como os de Cinema de Animação, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Cinema de Animação e Artes Digitais (CAAD), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Durante os quatro anos de faculdade, o estudante tem uma formação na área de cinema, com foco nas técnicas de animação, como 2D, 3D e stop-motion. Já o eixo de artes digitais dá ênfase à produção a partir do computador e outras tecnologias. "Além de aulas sobre arte e suas tendências, os alunos também aprendem a fazer programação de códigos, que podem gerar obras interativas, passando ainda pelos jogos digitais, cada vez mais populares", comenta o coordenador do curso de Cinema de Animação e Artes Digitais da UFMG, Leonardo Vidigal.
Diretor de animação para cinema, televisão, publicidade e outros meios, artista multimídia, diretor de efeitos visuais, editor, diretor de projetos de visualização científica, diretor de projetos de games são algumas das funções para as quais essa graduação habilita. "A tendência é que, com a implantação da TV digital interativa, esse leque de opções aumente ainda mais. Também é possível constatar o crescimento significativo de editais de incentivo à produção cultural do gênero animação (Lei Rouanet e do Audiovisual). E, mais importante, a ampliação das políticas de reserva de mercado para a formatação de séries televisivas brasileiras nas TVs abertas e a cabo, que aumentam sensivelmente o campo de atuação de animadores", diz Vidigal.
Na UFMG, o curso tem a política de usar apenas software livre, sem estar atrelado a nenhuma companhia comercial de programas. Um dos mais usados é o Blender, para computação gráfica e composição de animação. A utilização de softwares e a manipulação de imagens e vídeos são vitais para um curso que lida constantemente com efeitos especiais e animação, mas é importante destacar a parte subjetiva dessa área, inerente a toda atividade ligada à criação. "A ideia é, em todos os percursos, possibilitar que os desenvolvam poéticas pessoais, articulando percepção, imaginação, memória, reflexão, sensibilidade e domínio da técnica, que inclui a tecnologia, mas não apenas ela", conclui Vidigal.

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