domingo, 31 de julho de 2011

Smurfs invadem mundo real

Por Diário do Grande ABC - 31.07.11

Eles são azuis, têm a altura de três maçãs, vivem numa vila no meio da floresta, recebem o nome de acordo com a personalidade e são superalegres. Você nunca ouviu falar nesses duendes diferentes? Então prepare-se para conhecer Os Smurfs, que estreia no cinema na sexta em 3D.
Apesar de ir parar na telona agora, eles são muito antigos. Apareceram pela primeira vez em 1958, na história em quadrinhos do belga Pierre Culliford, conhecido como Peyo. Mas o grande sucesso foi durante a década de 1980, quando protagonizavam desenhos na TV.
Essas criaturas são governadas pelo Papai Smurf, o único que usa gorro e calça vermelha. A roupa dos demais é branca. Na vila só há duas meninas - Smurfete (criada pelo vilão Gargamel, escolheu viver e lutar ao lado dos smurfs) e Sassete (trazida por uma cegonha). Eles são perseguidas por Gargamel e seu gato Cruel.
Essa sempre foi a base da trama dos personagens que povoaram a infância de muitos jovens pais, que estão ansiosos para levar os filhos ao cinema e matar a saudade. Na nova aventura, os duendes azuis caem num buraco mágico ao tentar fugir do vilão e vão parar no Central Park, em Nova York. Com as trapalhadas do smurf Desastrado, encontram um casal que pode ajudá-los a voltar para casa. Mas Gargamel não desiste de capturá-los. Acredita que eles podem aumentar seus poderes mágicos. A partir daí, rola muita confusão.
A vida na vila é muito diferente, bem como o vocabulário. Qualquer palavra pode ser substituída por smurfar, como ‘eu te smurfo muito', em vez de ‘eu te amo muito'. Adoram cantar e fazem isso a toda hora, até no trabalho. Mas o fato de serem tão pequenos pode atrapalhar, como atravessar a rua na cidade. Como será que vão se virar em Nova York?

Muita coisa mudou desde 1980
Ao trazer de volta o desenho que muitos pais curtiam quando tinham sua idade, o filme mostra a evolução técnica da animação. Esse trabalho nunca foi fácil. Antes da popularização dos computadores, os profissionais tinham de fazer pelo menos 12 desenhos para produzir cada segundo na tela. Era assim que os personagens ganhavam movimentos.
O cenário nem sempre mudava muito. No Flinstons, por exemplo, o corpo deles quase não se mexia. Hoje, ainda tem de fazer vários desenhos para gravar cada segundo, mas com o computador é mais fácil movimentar as figuras e criar recursos visuais. Outra diferença é que filme de cinema é diferente do desenho exibido na TV. Como há mais tempo para prepará-lo, são usados recursos que deixam a história mais real, como imagens em 3D.
A versão atual Os Smurfs mistura animação com atores e cenários reais. Um dos primeiros a fazer isso com sucesso foi Space Jam, em 1996. Na trama, Pernalonga e os amigos pedem ajuda ao jogador Michael Jordan (famoso na época) para vencer jogo de basquete contra ETs.
A linguagem e as situações também mudaram. Os duendes azuis jogam até Guitar Hero. Mas o encantamento é o mesmo. Convide seus pais para assistir Os Smurfs. Eles terão boas recordações e poderão falar sobre essas diferenças.
O vilão Gargamel, feiticeiro da floresta, é interpretado por humano, diferentemente dos smurfs que são animação. Na trama original, ele perseguia as criaturas azuis para comê-las, até que descobre uma receita mágica para produzir ouro, da qual os duendes azuis faziam parte dos ingredientes. Na nova versão, ele quer capturar essas criaturas para aumentar seus poderes mágicos.
Linha do tempo
Em 1958, os duendes azuis apareceram pela primeira vez nos quadrinhos Johan et Pirlouit, de Pierre Culliford, o Peyo, publicado no jornal La Dernière Heure, na Bélgica. Na trama, os cavaleiros medievais - que eram os personagens principais da HQ - encontraram a aldeia dos smurfs (originalmente chamados Schtroumpfs, em francês). As criaturas fizeram tanto sucesso que já em 1959 ganharam gibi próprio. Peyo pensou primeiro que podiam ser amarelos ou vermelhos, mas escolheu a cor azul porque a considerava mais infantil.
No Brasil, os smurfs chegaram em 1975 com a revista Os Duendes Strunfs, da Editora Vecchi, que publicou sete edições e três álbuns. Nessa versão, o nome ainda tinha sonoridade parecida com o original Schtroumpfs. Smurfete era chamada de Strunfete; o Papai Smurf, o Grande Strunf. Na primeira história, papai sai da vila atrás de ervas medicinais, e os duendes escolhem um líder temporário.
Em 1981, o estúdio norte- americano Hanna-Barbera começou a produzir a série de TV com 256 episódios, com o nome Os Smurfs. Logo a animação chegou ao Brasil e passou a ser exibida nos programas infantis da época,Turma do Balão Mágico e Xou da Xuxa. De cara, o vilarejo azul agradou a garotada e fez tanto sucesso, que os personagens ganharam discos, fitas de vídeo, peças de teatro. Entre diversos períodos, a animação foi exibida até 1997. Assista a um espisódio no blogdiarinho.blogspot.com
Em 1982, a Editora Abril lançou a revista Os Smurfs, usando o mesmo nome do desenho animado. Os personagens também usavam o verbo smurfar para todas as suas ações. Muito depois, em 2003, chegou o gibizão O Smurf Reporter (Peyo, LP&M Editores, 48 págs), que foi relançado neste ano junto com O Bebê Smurf, com história e desenho igual ao original.
O primeiro game com eles foi para um jogo de Atari (primeiro videogame) em 1982, um ano após invadirem as telinhas. O produto fez tanto sucesso que não parou de se modernizar. Com o passar dos tempos, criaram-se versões para todos os consoles até chegar no Playstation. Em 2010, a Editora On Line resgatou os personagens com a publicação do álbum de figurinhas. Os smurfmaníacos tinham que reunir 208 cromos diferentes com as histórias ilustradas. O álbum veio acompanhado de pôster para preparar o lançamento do filme.
Nintendo Wii também ganhou versão de game das criaturas azuis. Em The Smurfs: Dance Party, o competidor tem de dançar como os personagens. Nos jogos para iPhone e iPod Touch, a aventura é com o Smurf's Vilage, no qual o jogador tem de ajudar os anõezinhos a reconstruir a vila destruída por Gargamel. Esse game fez tanto sucesso como o famoso Angry Birds.
O que vem por aí
Os Muppet é a próxima história a ser relembrada nas telonas, com estreia prevista para 23 de novembro. O filme mistura bonecos animados com atores reais, que reúnem-se para tentar salvar o Teatro Muppets. Fazem parte dessa galera a porquinha Piggy, o sapo Caco, o urso Fozzie e a estranha criatura Gonzo, que lembra tamanduá. Os personagens foram criados em 1950 pelo norte-americano Jim Henson. Mas o grande sucesso foi nos anos 1970 com a série de TV The Muppet Show.
Aventuras de Tintim, O Segredo do Unicórnio é outro desenho antigo que volta às telonas. Fala sobre o universo de um jovem repórter com pinta de herói que vive aventuras ao lado do fiel cãozinho Milu. O personagem foi criado pelo belga Georges Prosper Remi, mais conhecido como Hergé, em 1929. Tintim era desenhado como um garoto de pele clara e cabelos castanhos, com característico topete que virou sua marca. As peripécias começaram a ser narradas em HQ e depois foram para o teatro e cinema. Na década de 1990, chegaram à TV. A nova versão estreia em janeiro de 2012.
Saiba mais
O vilão Gargamel, feiticeiro da floresta, é interpretado por humano, diferentemente dos smurfs que são animação. Na trama original, ele perseguia as criaturas azuis para comê-las, até que descobre uma receita mágica para produzir ouro, da qual os duendes azuis faziam parte dos ingredientes. Na nova versão, ele quer capturar essas criaturas para aumentar seus poderes mágicos.

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