quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

ADMIRÁVEL MUNDO NERD: OS ASPECTOS COMPORTAMENTAIS DOS FÃS DE QUADRINHOS














O cearense M. V. R. S. L., 36 anos, segue uma rotina diária que pouco se altera. De segunda a sexta-feira, acorda de manhã bem cedo. Para isso, o despertador do celular, que toca o tema clássico do Super-Homem, ajuda no cumprimento do horário.
Logo depois, toma um banho gelado para ficar “aceso” e, na seqüência, se enxuga com uma toalha na qual o Taz, dos Looney Tunes, está estampado na famosa pose em que devora tudo que aparece no caminho. Após tomar uma vitamina reforçada, numa caneca do Homem-Aranha, abre a porta do apartamento, cuja chave carrega um chaveiro do cultuado personagem da Marvel Comics.
Ele então desce à garagem e entra no carro – apelidado por ele e sua filha de Mingau -, o qual é ligado com uma chave acompanhada do chaveiro de metal com o símbolo do Super-Homem, que, recentemente, a Panini ofereceu de brinde na revista do Homem de Aço. Chegando ao trabalho, ele acessa seu site preferido para se informar sobre as novidades dos quadrinhos e assuntos afins. No intervalo de almoço, aproveita para ler um ou dois gibis – afinal, a pilha de revistas “na fila” precisa diminuir.
Ao fim do dia, chega em casa, procura algo para comer na geladeira cuja porta tem afixada uma coleção de ímãs do Super-Homem, Batman, Os Incríveis e até do Menino Maluquinho, curte a família e… lê gibis, deitado na cama e iluminado por um abajur do Homem de Aço ou sentado na cadeira do quarto que serve como gibiteca e no qual há, nas paredes, quadros do Justiceiro, Pernalonga, Super-Homem e outros, além de pôsteres do Spawn, Funeral do Super-Homem e Crise nas Infinitas Terras, destacando-se uma prateleira com figuras de ação e estatuetas de super-heróis e do Recruta Zero, Garfield e Scooby-Doo.
Maluco, nerd ou fanático? Para muitos, essas e outras opções cairiam como uma luva na definição desse fã e nas explicações sobre seu comportamento. Mas, à luz da psicologia e sociologia, ele rende um rico debate que tanto poderia encaixá-lo na categoria dos que têm dificuldades no convívio em sociedade ou sofrem de conflitos íntimos por causa de uma suposta dependência, quanto dentre aqueles que fazem da leitura e do colecionismo de quadrinhos e artigos afins uma prática bastante saudável, muitas vezes estimulada em tratamentos psicológicos ou atividades educacionais.
Em conversa com profissionais das duas áreas e com leitores cheios de paixão e manias, o Universo HQ procurou traçar um perfil dos fanboys, baseado em sua identificação e relacionamento com seus personagens prediletos e em como isso afeta o seu dia-a-dia, seja no convívio social ou na busca por evitar e remediar conflitos psicológicos provocados pelo gosto por quadrinhos, bem como a concepção que têm deles os que não lêem gibis. As conclusões ficam por conta de cada um.

Mas vale registrar que no universo de 19 pessoas entrevistadas (incluindo a imensa maioria que optou por não ser citada ou “lembrada de sua existência” – segundo as palavras de uma leitora – neste artigo), 80% consideram-se literalmente viciadas em quadrinhos e compram HQs que já possuem porque foi relançada com uma nova capa ou formato diferente; e 20 % admitem já ter passado do limite alguma vez ou não se descrevem como compulsivas. Do primeiro percentual, quase a totalidade adquire produtos relacionados pelo motivo primordial de terem estampadas imagens de personagens de quadrinhos dos quais são fãs, mesmo que, de fato, não haja necessidade de comprá-los.
Vício x controle
“Evidentemente, há padrões muito normais e saudáveis em se interessar, acompanhar e colecionar quadrinhos e outros elementos relacionados à cultura pop, assim como há padrões patológicos. O critério que diferencia os dois é, principalmente, o prejuízo e a intensidade exagerada dos comportamentos”, explica o psicólogo curitibano
Kruszielski diz que um dos crivos principais deve ser o do prejuízo financeiro, para que esse comportamento não seja considerado doentio. “Se o gasto com quadrinhos leva ao corte de verbas essenciais destinadas, por exemplo, à alimentação, ao estudo e à saúde, a coisa pode estar complicada. Ou seja, deixar de comer (ou comer muito menos) para sobrar dinheiro para comprar gibi não é nada saudável. Esta lógica é aplicada também a outras áreas. Quem coleciona selos, latinhas de cerveja ou cartões telefônicos pode sofrer com traços obsessivos da mesma forma que fãs de HQs”.
Mas, como fã, o psicólogo também se dá ao justo direito de fazer suas compras correlacionadas. “Tenho alguns objetos, como uma caneca do Super-Homem, um ímã de geladeira da Mafalda… coisas pequenas, pois não me considero um colecionador. Entre dois produtos similares, escolho aquele que tem relação com os personagens que gosto, mas não compraria algo só por isso”, revela.
Em atitude oposta, o estudante de Letras Daniel Oliveira, de Belo Horizonte/MG, usa e abusa do que confessa ser um vício. “Se tenho que dar um ovo de Páscoa ao meu sobrinho, dou um que tenha personagens. Tiro o brinde, coloco um bombom no lugar, fecho e entrego”, diz, divertindo-se. E completa: “Sou completamente viciado em quadrinhos. Tão aficionado que, quando namoro, fico empurrando gibis para as meninas, para ver se elas se empolgam”.
O historiador Rodrigo Scama, de Curitiba/PR, é ainda mais direto quando perguntado sobre seu nível de relação com os quadrinhos. “Sou viciado. E com orgulho. Qual pessoa teria vergonha de dizer que é viciado em literatura?”, desafia.
Para o sociólogo pernambucano Sérgio Coutinho, radicado em Maceió/AL, analisar o impacto dos quadrinhos sobre relacionamentos, consumismo e isolamento grupal demandaria um extenso trabalho de pesquisas de campo. “Mal conhecemos a nós mesmos a partir desse hábito”. Mas Coutinho afirma ser possível descrever conceitualmente um fanboy a partir da distinção entre leitor habitual e colecionador.



“O colecionador não costuma ter senso crítico sobre o objeto da coleção. Afinal, precisa adquirir tudo relacionado ao tema. Com isso, o consumismo será inevitável e a manipulação pela indústria será fácil sobre ele, sempre insatisfeito com a própria renda quando comparada a tudo que ainda deseja comprar, apenas porque tem um emblema de morcego ou um martelo nórdico impressos”, explana o sociólogo. “Assim, ou namora uma sósia da Jean Grey (o que não seria uma má idéia) ou encontra uma companheira extremamente tolerante – talvez colecionadora -, ou poderá, subitamente, terminar seus relacionamentos. Relações afetivas sempre disputariam a prioridade com hábitos desenfreados de consumo. Há estudos sobre colecionadores (mesmo que não sejam em número suficiente acerca de quadrinhos) na psicologia social, principalmente.”
“O leitor habitual, dentre os quais me encaixo, não lê Demolidor; lê Demolidor de Frank Miller, por exemplo. Assim, não sente necessidade de adquirir todas as edições encadernadas de uma mesma história que já comprou anos antes. Se não há enredo, a xícara com o símbolo do Homem-Aranha também se torna desnecessária”, conclui Coutinho.
Esse consumismo instigado pela indústria de entretenimento e colecionáveis, a que o sociólogo se refere, pode ser conferido não apenas naquilo que qualquer geração tem visto nos apelos comerciais direcionados às crianças. Em consonância com a pouca renovação de leitores e o envelhecimento do público de quadrinhos, uma variada gama de produtos para adultos vem sendo lançada em profusão com motivos dos personagens que acompanharam o crescimento de seus fãs.

O fato de que, nesta década, tantos filmes baseados em super-heróis foram e continuam sendo produzidos, pode não ser mera coincidência. Mas esse não é o único ou o mais contundente exemplo.
Para ilustrar essa tendência, bastaria citar a WebUndies, dos Estados Unidos, que lançou recentemente uma linha de cuecas, calcinhas, bermudas, pijamas e camisolas com imagens do Super-Homem, Batman, Homem-Aranha, Mulher-Maravilha e outros heróis, exclusivamente para adultos. Ou ainda as câmeras fotográficas digitais, filmadoras, DVD players, aparelhos de som e outros eletrônicos produzidos pela norte-americana ToysRus.
E se, quando criança, o fanboy comprava bonecos e estatuetas para brincar, hoje continua sua coleção apenas para exibi-los em uma prateleira. Por um preço bem mais inflacionado, como mostram os quase diários lançamentos que encantam e desencantam – dependendo de quem puder ou não adquirir tantos objetos de adoração.
Mas foi o mercado de HQs antigas e colecionáveis relacionados a quadrinhos, principalmente nos Estados Unidos, que há muito tempo deixou de ser um hobby para se tornar algo profissional, alimentado pelos confessos nerds endinheirados. É meio de sobrevivência dentre os que compram e revendem a preços exorbitantes – mas aceitáveis na área – e motivo de status para quem dispõe de uma fortuna polpuda o suficiente que permita comprar um exemplar de Action Comics # 1 por muitos milhares de dólares e causar inveja em outros fãs.
Encarando os quadrinhos como uma cultura fortemente enraizada e osfanboys como um público ávido por informações, foi lançada há poucos meses, nos Estados Unidos, a versão impressa da agora extinta revista online Comic Foundry. A publicação é dedicada aos fãs, mais do que ao universo dos quadrinhos, acatando que esses jovens e adultos também são consumidores de outros produtos sobre o tema e, mais do que isso, se interessam por assuntos relacionados à sua paixão.
Não por acaso, as capas da revista sempre trazem pessoas, não personagens, e em sua edição de estréia destacou a matéria especialFanboy fashion, na qual apresentava aos leitores tudo sobre a moda inspirada nos quadrinhos.
Preconceito x tolerância
Se for verdade que os fãs de quadrinhos ainda sofrem preconceitos, também é certo que muitos deles fomentam essa aversão com atitudes pouco sociáveis. “Numa visita a uma comic shop, eu e meu marido encontramos um de seus colegas de trabalho. Assim que nos viu e fizemos menção de cumprimentá-lo, ele praticamente se jogou dentro de uma caixa cheia de mangás, para se esconder. Para ser mais exata, devo dizer que ele deixou o lugar alguns poucos minutos depois, sem comprar nada, aparentemente assustado com a nossa tentativa de falar com ele”, comentou a gaúcha Viviane Poitevin Melega, bacharel em Direito e estudante de Psicologia. “Talvez seja clichê dizer que um fanboy é um menino crescido que, como Peter Pan, se esconde numa terra encantada para fugir das agruras da vida adulta, mas acredito que há certa verdade nisso. Ele parece afirmar que, se a realidade é estreita demais para a envergadura de seus sonhos, a saída é abdicar de ambições comuns e mergulhar de vez no universo dos feitos extraordinários.”
Também bacharel em Direito, o gaúcho V. H. L. (nome não revelado, a seu pedido), marido de Viviane, revela que ele mesmo tem preconceitos. “Vou explicar: não sou preconceituoso em relação a quem tem o hábito de leitura de gibi, mas com aquilo que podemos definir como ‘fanboy-típico-que-só-lê-quadrinhos-de-super-heróis-americanos’. Tive a oportunidade de entrar em contato com alguns, acidentalmente, durante a minha vida. A opinião que formei é evidentemente preconceituosa, pois eles eram desajeitados e se achavam ‘PHDs’ em super-heróis, como se isso os distinguisse dos outros terráqueos”.
“Era inevitável ouvir suas conversas quando eu freqüentava a comic shop aqui da minha cidade – e jamais deixei de tecer um comentário debochado quando isso ocorria, fosse para algum amigo, parente ou para a minha mulher. Em suma, tenho preconceito pois olho esse tipo de sujeito de uma forma irônica e quase hostil. Por exemplo, tenho inclinação a responsabilizá-los e à sua mentalidade tacanha pelo fato de as editoras brasileiras publicarem tantos quadrinhos de super-heróis ruins e muito pouco de HQs européias boas”, concluiu.
Por outro lado, ele não se considera uma vítima. “Não sinto nenhum preconceito por ser leitor de quadrinhos. Meu círculo de amizades não é composto por fãs de gibis e todos os meus amigos que foram à minha casa já viram minha coleção e jamais demonstraram qualquer sombra de preconceito. Já falei abertamente, uma ou duas vezes, com meus colegas de trabalho sobre esse meu hábito. Mas há uma tendência, percebo, a considerarem que HQs são um mero hobby que mantive por saudosismo da minha infância, mas isso não pode ser classificado como preconceito, pois a sociedade hoje parece aceitar esses hobbies: mulheres adultas que colecionam bonecas, homens que colecionam miniaturas de carros…”.
Leandro Kruszielski também afirma não ter sofrido preconceitos significativos por gostar de quadrinhos, apesar de que, segundo ele, essa forma de arte é culturalmente tachada de infantil. “Um adulto que lê apenas (e muito) Turma da Mônica pode realmente ter problemas com a maturidade ou somente estar se divertindo, lembrando seus bons momentos da infância. Já um bom leitor de quadrinhos adulto tende a avançar e ler obras como Maus, Persépolise Gen – Pés Descalços, que de infantil não têm nada. Ao contrário, possuem um nível de elaboração cognitiva muito mais elevado do que o da grande maioria das obras artísticas de massa, como uma novela ou um Big Brother, mas ainda assim sofrem preconceito por serem ‘coisas de criança’”.
Da mesma forma, Rodrigo Scama não tem do que reclamar. “Os quadrinhos exercem grande influência na minha capacidade de argumentação com alunos. Sou professor e dou aulas para os calouros na faculdade. Não sofro nenhum preconceito. Toda semana me vêem com um calhamaço de gibis novos e tanto professores quanto alunos acham isso bacana. Alguns se interessam, outros não, mas preconceito é coisa rara”, argumenta.
Com Daniel Oliveira sempre foi diferente. Até na infância, dentro e fora de casa, o preconceito atingia sua paixão por quadrinhos. “Sofri um monte. Venho de uma família da classe trabalhadora, sempre morei na periferia. Imagine um magricela que não se interessava por bola ou pipas, sempre com um gibi debaixo do braço. A molecada ‘caía matando’. Questionavam até minha sexualidade. Para minha mãe e professores, isso era coisa de criança com retardo mental”, desabafou o estudante.
O sociólogo Sérgio Coutinho relata um fato que define com perfeição a relação entre fãs e não adeptos da nona arte, quando o assunto entra em discussão. “Uma vez, numa aula, citei aos meus alunos um trecho de A Piada Mortal, de Alan Moore. Um aluno me procurou depois da aula e perguntou: ‘Você lê?’. Esse era o código entre leitores de HQs, dispensando complemento à frase. Se eu dissesse que era história em quadrinhos para todos, seria um problema, mas citar um escritor inglês com boas tiradas, fica de bom tom. É estranho, para mim, que num país em que predominam analfabetos e pessoas sem o hábito de ler, alguém possa segregar alguma forma, qualquer uma, de leitura”.
Arrogância x humildade
O comportamento de auto-afirmação entre seus pares é uma característica fácil de encontrar nos fãs de quadrinhos. “Sempre que eu ouvia, numa comic shop, um fanboy exibir a outro, na prateleira ao lado, os seus conhecimentos de histórias em quadrinhos de super-heróis, tinha a sensação de que ele queria deixar bem claro que mulheres, com os neurônios ocupados demais com roupas e namorados, jamais teriam inteligência suficiente para captar a complexidade do assunto. Contudo, apesar de me sentir um pouco irritada com isso, tenho de admitir que esse comportamento não é essencialmente diferente do que homens também fazem com relação, por exemplo, ao futebol”, disse Viviane Lisboa.


V. H. L. comenta o relato de sua esposa. “Como mulher, ela encarou esse episódio como uma tática machista, mas acho que essa característica do fanboy, de ‘arrotar’ todo um enorme conhecimento intrincado sobre o universo dos super-heróis, não é algo dirigido a um tipo de pessoa em especial. Ele faz isso com todo mundo”, opina. “Logo após ter visto o último filme do Batman, fui acessar um fórum de quadrinhos e vi que estavam ironizando um menino. E qual foi o motivo do quase linchamento moral de um garoto por um bando de adultos fanboys? Simples: ele mostrou extremo desconhecimento do universo ‘quadrinhístico’ e informou a todos, animado, que tinha descoberto naweb um episódio do antigo seriado do Batman, dublado por brasileiros, no qual falavam muitos palavrões. (Nota do UHQ: a dublagem cômica batizada como Batman – Feira da Fruta, há alguns anos circulando pela internet). Por alguma razão que me escapa, supostamente o conhecimento daquilo os tornava superiores aos demais mortais. Era um bando de homens barbados insultando um jovem que tinha ousado se interessar por super-herói. Bela maneira de atrair os jovens para os quadrinhos”.
Exemplos como esse podem ser encontrados diariamente em blogs, fóruns de discussões e comunidades do Orkut. É nesse ponto que se revela uma faceta nada agradável de alguns fãs. Quando imbuídos do radicalismo que caracteriza muitos torcedores de futebol, partem para agressões verbais e xingamentos contra os que discordam de seu ponto de vista ou têm a ousadia de afirmar que o Super-Homem apanha fácil em uma briga contra o Hulk.

Conferir importância vital a algo tão simples (embora apaixonante) quanto uma história em quadrinhos, chegando ao ponto de criar desafetos ou prometer estrangular alguém quando o encontrar na rua, simplesmente por achar que um opinante é capitalista selvagem por falar bem do Tio Patinhas ou comunista militante, por gostar de Alan Moore, atenta contra a própria lógica da diversão e do entretenimento das HQs, além de demonstrar um comportamento patológico que requer cuidados, alertam psicólogos e sociólogos.
No mês passado, um fato revelador desse desvio de conduta aconteceu no Japãoe foi protagonizado por uma mulher de 36 anos que planejava matar os pais porque eles a obrigaram a se desfazer de sua coleção de revistas em quadrinhos. Mas é o lado festivo, alegre e até folclórico de um típico colecionador de quadrinhos que a MTVnorte-americana quer mostrar na próxima temporada do reality show True Life. A emissora está à procura de leitores, cosplayers e fanáticos em geral por HQs, animês e filmes de ação para participar da série que vai explorar e escancarar o dia-a-dia de um fanboy e seus vícios, manias, preconceitos sofridos e infligidos, medos e, claro, a paixão que chega ao limite do exagero e da devoção.
A fila de candidatos com essas características tem tudo para ser quilométrica.
Fonte: UNIVERSO HQ – por Marcos Ramone

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